Reguladores criam sistema de monitoramento global para criptomoedas

O Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) apresentou, na segunda-feira (16), um sistema para monitoramento global do mercado de criptomoedas. Inicialmente focado nas bitcoins e ethers, mas com previsão de abertura para todo o segmento, a ideia do framework é avaliar e manter vigilância sobre o setor, com análises de risco, indicadores de performance e controle contra crimes financeiros.

Para o FSB, o segmento das criptomoedas dá os passos iniciais e ainda não oferece risco à economia global. No entanto, há temor quanto a seu avanço, principalmente sobre o financiamento de startups e novas empreitadas com o uso de ofertas iniciais de moedas. Há preocupação ainda com o uso das criptomoedas para crimes de lavagem de dinheiro e terrorismo.

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O anúncio do FSB integra uma iniciativa assinada pelo G20 em março, quando as 20 maiores economias do mundo chegaram a um acordo comum em relação ao mercado de criptomoedas.

De acordo com o FSB, o sistema não funcionará como apoio a algum tipo de autoridade legal ou regulação oficial. O monitoramento servirá como métrica do que está por vir em um mercado tão volátil e dos desafios enfrentados pelos países e investidores.

O sistema terá parcerias com agências policiais e de inteligência no combate aos crimes financeiros. O FSB ainda trabalha em conjunto com o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia – grupo estabelecido pelo G10 com 27 países, incluindo o Brasil.

Fonte: Reuters

Minority Report: Cidade americana usa sistema informatizado para prevenção de crimes

O prefeito de Nova Orleans (Louisiana – EUA), Mitch Landrieu, assinou um contrato sigiloso em 2012 com uma startup chamada Palantir Technologies. A empresa de software americana é especializada em usar inteligência artificial para lidar com a segurança, como a prevenção de crimes. O sistema prevê se você é propenso a cometer crimes e quais as suas possíveis vítimas. O acordo foi revelado pelo site “The Verge”.

Como a empresa ofereceu o software gratuitamente, o prefeito pôde fazer o acordo sem informar à Câmara. O banco de dados foi alimentado com os arquivos do departamento de Polícia — entrevistas, fichas criminais e boletins de ocorrência. Também fizeram parte do rastreamento dados públicos como posts de redes sociais e mapas da cidade.

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Microsoft firma parceria com MP para combater crimes cibernéticos

O software pode ser usado de diferentes formas. Com apenas uma parte da placa do carro — porque a testemunha não viu toda a numeração — o programa cruza dados, possíveis violadores e tipos de crime para oferecer probabilidades. O software listou 3.900 pessoas entre possíveis assassinos e vítimas. O que gera um dilema: é necessário acompanhar estas pessoas?

A Prefeitura de Nova Orleans localiza aqueles em risco de cometer crimes que estejam em liberdade condicional e os põem em programas especiais, caso concordem. Os principais membros do conselho da cidade e os advogados contatados pelo “The Verge” não sabiam do uso do software em Nova Orleans. Eles mostraram preocupação sobre as liberdades civis e se o programa é apropriado para o sistema de justiça criminal americano.

O caso lembra “Minority Report”, livro de ficção científica escrito por Philip K. Dick em 1956, adaptado para o cinema por Steven Spielberg em 2002. Na história, é criada uma polícia de “pré-crimes”, habilitada para localizar o delito e impedir que ele aconteça.

Leia aqui a íntegra da reportagem do “The Verge”.